O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spiderman), EUA, 2012. De Marc Webb. Com Andrew Garfield, Emma Stone, Martin Sheen, Sally Field, Rhys Ifans, Denis Leary, Chris Zylka.
Imagine que você é uma pessoa que nunca leu um gibi do Homem-Aranha ou nunca assistiu a uma das suas várias versões em desenho animado (Tá certo, eu sei que isso é quase impossível, mas digamos que você acabou de chegar ao planeta Terra!). Aí então talvez (e somente talvez) você ache "O Espetacular Homem-Aranha" um filme muito bom. Mas, infelizmente, para os roteirista de Hollywood, não vivemos em mundo ideal (ideal para eles, diga-se de passagem). Na verdade, este filme foi feito para uma nova geração, crianças recém alfabetizadas que ainda não tiveram contato com os quadrinhos do Aranha, e não para quarentões que conhecem toda a trajetória de quase 50 anos do personagem.
A história do Homem-Aranha todo mundo conhece: um nerd criado pelos tios é picado por uma aranha radioativa (ou geneticamente modificada, dependendo da versão) e ganha poderes proporcionais aos de uma aranha. Sofre com o assassinato do tio, morto por um ladrão mequetrefe que não prendeu quando teve a oportunidade. Daí vem aquela lição de moral: 'com grandes poderes vem grande responsabilidade', blablablá...
Então, para que re-inventar a roda? Para que mostrar os pais de Peter Parker, que nunca tiveram importância alguma nos quadrinhos? Para que fazer com que todos estejam conectados (os pais de Peter, Dr. Curtis Connor - o Lagarto, Norman Osborn, Gwen Stacy)?
O filme até tem algumas (poucas) cenas boas. Mas a melhor de todas é a cena da participação especial de Stan Lee, o criador do Homem-Aranha e de muitos outros heróis do Universo Marvel.
Mas sabe o que me deixa fulo? A vaidade e ego inflado de atorezinhos hollywoodianos que tem que mostrar o rosto quase que o tempo todo. O Homem-Aranha passa mais tempo na tela sem máscara do que com ela. E olhe que não estou falando das cenas em que ele é apenas Peter Parker!
Sabe o que também me deixa fulo? Porque é que nos filmes de super-heróis a 'mocinha' sempre tem que descobrir a identidade secreta do herói? E porque Peter Parker tem que ser um babaca? Tudo bem que nos gibis ele é um CDF, mas pelo menos lá ele tem uma vida social, um emprego, é articulado.
O Primeiro filme do Homem-Aranha feito para o cinema, dirigido por Sam Raimi, não era lá essas coisas, mas dá de 10 a zero nesta nova produção. Será que devo acalentar esperanças com relação às prováveis continuações? Mystério...
Resumindo: quer boas estórias com o Homem-Aranha? Então leia os gibis, principalmente aqueles escritos por Stan Lee ou, então, a versão 'ultimate' do herói escrita por Brian Michael Bendis.
Nota para o filme: 7 (sendo generoso!).
Nota para o filme: 7 (sendo generoso!).
As estórias de super-heróis em quadrinhos são ótimas, o cinema, com a tecnologia de hoje, poderia fazer verdadeiras "maravilhas da sétima arte", mas não, preferem transformar tudo em comédias românticas com uma pitada de drama psicológico e um pouco de aventura 3D.
ResponderExcluirPois, é! Também acho que quanto mais os filmes forem fiéis aos quadrinhos, melhor será o resultado.
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