terça-feira, 28 de agosto de 2012

"O Ditador", a volta de Sacha 'Borat' Cohen

Voltando depois de uma pequena pausa para merecidas férias (que aproveitei para assistir mais uma batelada de filmes), trago hoje a resenha do novo filme de Sacha Baron Cohen, o eterno 'Borat'.

Pretendo postar alguma coisa nova, pelo menos, uma vez por semana. Vamos lá!

O Ditador (The Dictator), EUA, 2012. De Larry Charles. Com Sacha Baron Cohen, Ben Kingsley, Anna Faris.


A parceria entre o diretor Larry Charles e Sacha Baron Cohen (que escreve, produz e atua) segue firme e forte com seu terceiro filme. Mas não conte com um novo Borat (o melhor filme de comédia de todos os tempos, segundo minha avaliação) ou outro Brüno (que está em segundo lugar no meu 'ranking'). Desta vez, optou-se por fazer um filme mais convencional. Portanto, não espere um filme semi-documental, com uma sequência de 'pegadinhas' para constranger as pessoas que participam das filmagens. Não é um filme ruim mas, com certeza, está muito aquém dos filmes citados acima.


No filme, Sacha interpreta o Almirante-General Shabazz Aladeen, ditador da fictícia república de Wadiya, no norte da África. Como não poderia deixar de ser, suas opiniões e atitudes são politicamente incorretas. Depois de usar o poder por muitos anos para satisfazer seus caprichos, Aladeen é substituído por um sósia simplório e manipulável, em uma trama arquitetada por seu tio e braço direito (vivido pelo 'mercenário' Ben Kingsley, que topa fazer qualquer papel em qualquer filme, desde que seja pago) que tem a intenção de lucrar com as reservas de petróleo do país. Aladeen arquiteta planos malucos para voltar ao poder e fazer da sua nação uma ditadura novamente, o que estava em risco pois seu sósia iria assinar uma nova constituição e transformar o país em uma democracia. Só não vou contar o final para não estragar a surpresa.


O mais legal na parceria entre Sacha e o diretor Larry Charles é que o humor é sempre utilizado como uma poderosa arma para criticar os poderes estabelecidos. De uma maneira anárquica, segundo o próprio Sacha, "o importante é deixar claro que se está pregando a liberdade".

O Ditador estreou no dia 24 de agosto e ainda está em cartaz nos cinemas do Brasil. Minha nota para o filme: 8. Estava esperando bem mais do que vi!



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Os 10 Melhores Filmes de Super-Herois

Os filmes de super-heróis já se tornaram um gênero à parte dentro da produção cinematográfica. Assim como há filmes de terror, de ficção científica, comédia, etc., também há o lançamento de diversas produções dentro desta categoria a cada ano.

Resolvi, então, fazer uma lista das 10 melhores obras deste gênero até o momento. Ano que vem, mais um punhado de filmes de super-heróis chegam às telas de cinema e poderemos ter (ou não) alterações neste ranking.

Estava com esta lista pronta já há um bom tempo, mas estava esperando para assistir "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" para ver se ele iria entrar em algum lugar deste rol dos 10 mais. Infelizmente (ou felizmente), depois de assistir o filme, isso não aconteceu e minha lista continuou intacta.

Espero que gostem!

10 - Homem-Aranha (Spider-Man) de Sam Raimi, 2002.

09 - X-Men: 1ª Classe (X-Men First Class) de Matthew Vaughn, 2011.

08 - Wolverine (X-Men Origins: Wolverine) de Gavin Hood, 2009.

07 - Homem de Ferro (Iron Man) de John Favreau, 2008.

06 - Quarteto Fantástico (Fantastic Four) de Tim Story, 2005.

05 - Batman, o Retorno (Batman Returns) de Tim Burton, 1992.

04 - O Incrível Hulk (The Incredible Hulk) de Louis Leterrier, 2008.

03 - Superman, o filme (Superman) de Richard Donner, 1978.

02 - Kick-Ass - Quebrando Tudo (Kick-Ass) de Mathew Vaughn, 2010.

01 - Watchmen (Watchmen) de Zack Snyder, 2009.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

10 Filmes de Ficção Científica que Mudaram o Mundo

Acredito seriamente que o gênero mais importante, tanto na literatura quanto no cinema, é a Ficção Científica. É o gênero que mais nos faz olhar para dentro de nós mesmos e refletir. Reuni nesta lista 10 filmes que causaram grande impacto na sétima arte (e no mundo, de uma maneira geral) na época de seu lançamento e, muitas vezes, além do seu tempo:

10 - Metrópolis (Metropolis) de Fritz Lang, 1927.
Um filme mudo, de 1927, em preto e branco! Ainda assim, este clássico fundamental da FC ressoou, como uma pedra jogada em um lago, enviando ondas através do século 20, influenciando filmes como Frankenstein, Tempos Modernos, Doutor Fantástico, Blade Runner, O Quinto Elemento e Matrix, entre outros.


09 - Laranja Mecânica (Clockwork Orange) de Stanley Kubrick, 1971.
Além do filme ser muito bom, mostrando o futuro de uma Inglaterra totalitária e policialesca, a trilha sonora é matadora! Walter Carlos comete a "heresia" de tocar música clássica usando sintetizadores!


08 - Alien, o 8º Passageiro (Alien) de Ridley Scott, 1979.
Um dos primeiros filmes a misturar a ficção científica espacial e o terror, passando aos espectadores uma sensação de claustrofobia e a angústia de ser caçado por um alienígena mortífero.


07 - O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final  (Terminator 2: Judgement Day) de James Cameron, 1991.
Foi o primeiro filme a romper a barreira de 100 milhões de dólares de orçamento. Seus efeitos especiais revolucionários tiveram de ser criados especialmente para o filme, algo que viria a acontecer com a grande maioria dos filmes de FC que o sucederam.


06 - A. I. - Inteligência Artificial (A.I.) de Steven Spielberg, 2001.
Um filme Steven Spielberg mas com toda a "cara" de Stanley Kubrick. Levanta muitas questões éticas sobre vida, inteligência, sentimentos, dor, perda, etc.

05 - Planeta dos Macacos (Planet of the Apes) de Franklin J. Schaffner, 1969.
Filme com final impactante que nos leva a questionar os rumos da corrida armamentista (tema muito em alta na época, em plena Guerra Fria).


04 - 2001 - Uma Odisséia no Espaço (2001 - A Space Odissey) de Stanley Kubrick, 1968.
Seus efeitos especiais foram tão convincentes que levaram muita gente a duvidar, no ano seguinte, que o homem realmente tivesse pousado na lua. Até hoje há pessoas que acham que a chegada do homem a lua teria sido uma farsa engedrada pelo governo americano com a ajuda dos técnicos em efeitos especiais de Hollywood.


03 - Star Wars Ep. IV (idem) de George Lucas, 1977.
Hoje em dia pode parecer difícil de acreditar, mas este filme mudou a maneira de se fazer filmes em Hollywood. Transformou as franquias cinematográficas em negócios multimídia, que geram mais lucros do que os próprios filmes. Também deu origem a primeira grande indústria de efeitos especiais, a Industrial Light and Magic de George Lucas.


02 - Blade Runner, o Caçador de Andróides (Blade Runner) de Ridley Scott, 1982.
Filme que criou uma nova estética para os filmes de ficção científica, a qual foi muito copiada pelos filmes deste gênero na década de 80. Levanta questões sobre a busca do criador e sobre o que é a "vida" em última análise.


01 - Matrix (The Matrix) de Andy Wachowsky e Larry Wachowsky, 1999.
Nada menos que revolucionário! Seguindo a tradição de 2001, Star Wars e Blade Runner, Matrix mudou novamente a maneira de se fazer filmes de FC.
O roteiro faz inúmeras referências a temas tão díspares quanto filosofia, kung-fu, cyberpunk, literatura, quadrinhos, budismo, mitologia e até à Biblia! Foi o primeiro filme a extrapolar os limites do celulóide para contar uma estória: um ano antes do filme entrar em cartaz já havia estórias parelas à trama sendo contadas em um site da internet (www.whatisthematrix.com ) Seus efeitos especiais foram copiados à exaustão por Hollywood, principalmente o efeito conhecido como "bullet time", usado até mesmo em desenhos animados (Shrek, por exemplo)!



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Frankenstein - Um "Monstro Sagrado" do Cinema

Criei este blog não apenas para postar resenhas de filmes atuais que assisto, mas também para publicar resenhas de filmes atemporais e que tenham recebido nota máxima, segundo minha escala de avaliação (conforme expliquei na resenha sobre o filme Diablo) e listas do tipo "os dez mais" em determinadas categorias da sétima arte.

Recentemente, postei uma lista de 10 clássicos imperdíveis, na qual Frankenstein ocupava o primeiro lugar. Portanto, achei interessante postar uma resenha sobre o filme.

Frankenstein (idem), EUA, 1931. De James Whale. Com Colin Clive, Mae Clarke, John Boles, Boris Karloff.



FRANKENSTEIN - DA LITERATURA PARA O CINEMA

O romance de Mary Shelley, Frankenstein: ou o Moderno Prometeu, uma obra-prima do romance gótico, é de suma importância para a literatura de gênero, não só por ser uma excelente novela de horror, mas também por ser considerado, oficialmente, o primeiro romance de ficção-científica. É a primeira obra a descrever um ser humano artificial criado em laboratório. Ela expõe os medos da humanidade ao se deparar com os avaços científicos levados às últimas consequências, sem se preocupar com os desdobramentos éticos e morais.

Entretanto, o roteiro do filme, escrito por Garret Fort e Francis Edward Farragoh, é calcado principalmente na peça de teatro de 1920, escrita por Peggy Webling. E embora, tanto no romance original quanto nas adaptações teatral e cinematográfica, Frankenstein seja o sobrenome do cientista que criou o monstro, com o tempo criador e criatura acabaram por confundir-se no imaginário popular e muitas pessoas acreditam que Frankenstein seja, na verdade, o nome do monstro.



FRANKENSTEIN E SUA ÉPOCA

No ano de 1931, os Estados Unidos estavam vivendo o período conhecido como "a Grande Depressão", consequência da quebra da bolsa de valores de Nova York em outubro de 1929. Nessa época, os estúdios de cinema, entre eles a Universal Pictures, começaram a produzir filmes baratos para entreter as grandes massas, a preços populares. Na esteira de Frankenstein e Drácula, ambos de 1931, a Universal iniciou várias franquias de filmes de monstro reunindo todos sob o "rótulo" de Monstros da Universal. O estúdio produziu 6 continuações para Frankenstein, embora a única digna de nota seja A Noiva de Frankenstein, (The Bride of Frankenstein, 1935, de James Whale) um filme tão bom quanto o original, tanto que o ideal é assistir aos dois filmes juntos, como se fossem um só. Apenas como curiosidade: a última das seis continuações é uma comédia com os humoristas Abbott & Costello!!!



Embora o inventor Thomas Edison, fundador da General Eletric, já tivesse produzido uma versão cinematográfica em curta-metragem de Frankenstein em 1910, a versão da Universal Pictures, dirigida por James Whale em 1931 pode ser considerada a primeira em longa-metragem e, também, a definitiva, não tendo sido superada até hoje.


O FILME

A estória todo mundo conhece: cientista cria um ser humano artificial com partes de cadáveres e lhe dá vida. A criatura, que por acidente recebeu o cérebro de um assassino, torna-se violenta, escapa do castelo onde estava confinada, aterroriza a vizinhança, procura seu criador e, já no final do filme, é perseguida pelo populacho.

O diretor James Whale soube lapidar muito bem esta gema preciosa. Como consequência do sucesso estrondoso do filme, o ator Boris Karloff ficou imortalizado como o monstro de Frankenstein (A maquiagem da criatura foi criada a partir das feições, bastante peculiares, de Karloff). Sua performance foi impecável, assim como a de Colin Clive no papel do Dr. Victor Frankenstein, o protótipo de todos os "cientistas loucos" que vieram após. Os belíssimos cenários (em especial o castelo/moinho onde fica o laboratório do Dr. Frankenstein) foram claramente inspirados pelo expressionismo alemão. Acredito que um único detalhe ficou faltando para atingir-se a perfeição: uma trilha sonora marcante.



Resumindo, Frankenstein é um filme tão bom que até conseguiu resistir muito bem à passagem do tempo. Pode (e deve!) ser assistido até hoje de maneira muito prazerosa, embora não cause às plateias de nosso tempo, tão acostumadas ao "gore" e às imagens geradas por computador, o mesmo efeito que causava nos anos 30.



Assim como uma fábula de esopo, Frankenstein possui uma "moral da estória", atemporal e eterna: o ser humano não deve tentar se igualar a Deus, ou as consequências serão trágicas!

Nota para o filme: 10 com louvor... e 5 tijoladinhas!